MPT-RJ colhe depoimentos de trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em Duque de Caxias

23 cidadãos paraguaios e um brasileiro foram encontrados em fábrica clandestina de cigarros

Na última sexta-feira, 8 de julho, o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) foi acionado pelo Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DCOC), da Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL), para acompanhar o caso de 24 trabalhadores resgatados de uma fábrica clandestina de cigarros, localizada em Campos Elísios, Duque de Caxias, em situação análoga à escravidão.

No local foram encontrados 23 cidadãos paraguaios e um brasileiro. Os homens foram aliciados no Paraguai sob a falsa promessa de trabalho em condições dignas e salário de R$ 3 mil mensal. Durante a viagem, realizada de ônibus, os trabalhadores tiveram seus celulares confiscados pela quadrilha, sob alegação de que a cidade do Rio de Janeiro é muito perigosa e o trabalho era sigiloso, e foram levados até o local de trabalho com os olhos vendados.

Trabalharam durante três meses de domingo a domingo, em dois turnos de 12 horas de trabalho, com direito a 20 minutos de intervalo. Nesse período receberam apenas R$ 500 de pagamento, foram proibidos de sair do local e não tiveram contato com suas famílias. Dormiam em um alojamento sem ventilação no 2º andar da fábrica. As condições ambientais do local de trabalho eram perigosas, com fios expostos e maquinário com problemas técnicos.

Para o MPT-RJ ficou clara a condição de trabalho degradante, jornada exaustiva, cerceio da liberdade de ir e vir e trabalho forçado, caracterizando trabalho análogo à escravidão. Os resgatados foram imediatamente atendidos pelo Projeto Ação Integrada e alocados em um hotel, custeado com recursos das Ações Civis Públicas ajuizadas pelo MPT-RJ.

O MPT-RJ está colhendo depoimentos das vítimas e caso o empregador não seja identificado vai buscar o pagamento das verbas trabalhistas e indenização aos trabalhadores por meio da venda do maquinário encontrado na fábrica.

Também participaram da operação policiais da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) e auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho no Rio de Janeiro.

Saiba mais:

Trabalhadores são resgatados dentro de fábrica clandestina - Cidade alerta - TV Record

Em depoimento, paraguaio conta como era o cárcere na fábrica clandestina de cigarros - RJ2 - TV Globo

Assessoria de Comunicação • Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ)
(21) 3212-2121 • (21) 9 9423-7936
prt01.ascom@mpt.mp.br
prt1.mpt.mp.br | Twitter: @MPTRJOficial | Facebook: MPTRJ.Oficial | Instagram: @mpt.rj

Imprimir