Inclusão de trabalhadores com deficiência no mercado ainda é desafio, afirma procuradora do MPT-RJ

Dulce Torzecki participou do“Dia D” no Rio de Janeiro, uma mobilização nacional para fomentar esse tipo de contratação 

A procuradora do trabalho Dulce Torzecki, afirmou, durante a abertura do “Dia D”, que a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho ainda é um grande desafio, que decorre principalmente da resistência dos empresários em oferecer oportunidades e da dificuldade de comunicação entre empresa e trabalhador. “Por ser um desafio, nossa atuação vai além de inquéritos e processos. Estamos sempre fazendo parcerias com a sociedade civil, para mudar essa imagem de inferioridade que cerca esse trabalhador”, concluiu a procuradora. O evento foi realizado na última sexta (25/9) no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência (CIAD), no centro do Rio.

De acordo com a Relação Anual de Informações (RAIS 2014), 23 mil pessoas ingressaram no mercado do Rio de Janeiro no último ano. No Brasil, foram mais de 381 mil vagas para esse público “Nossa meta é dobrar a contratação de pessoas com deficiência e reabilitados do INSS”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. Em sua segunda edição, o “Dia D” é uma mobilização nacional para fomentar esse tipo de contratação. O evento, que ocorreu simultaneamente em todo o país, reúne em um mesmo espaço empresas que devem cumprir cotas de inclusão e trabalhadores com deficiência que pretendem se recolocar no mercado de trabalho. 

Durante a mobilização, o ministro destacou a necessidade de integrar os trabalhadores com deficiência no mercado. “São pessoas que se dedicam mais, que desenvolvem certas habilidades que uma pessoa sem deficiência muitas vezes não tem”, declarou Dias. O evento contou com palestras sobre assuntos ligados a inclusão no mercado, reabilitação e qualificação profissional. 

Sônia Caldas, 52 anos, ainda sente muito preconceito quando busca oportunidades. “Tem empresa que não gosta de trabalhar com deficientes, porque acham que só vamos dar trabalho, que não vamos ser capazes de fazer os serviços. Se não mostrar força de vontade, não te enxergam nunca”, diz a ex-copeira. O mesmo problema é relatado por Gilmar Fernandes, 50 anos, que possui deficiência auditiva. “Ela não é visível, mas tem muita empresa que só vê deficiência em quem usa bengala ou cadeira de rodas. É triste ser deixado de lado”, lamenta o reabilitado.

Histórico — A ideia do “Dia D” partiu de experiências realizadas em Mato Grosso, em 2012, e na Bahia, em 2013, que apresentaram resultados positivos, em especial na mobilização e conscientização de empresas locais. Com o sucesso da mobilização, o MTE decidiu expandir, em 2014, a proposta a todos os executores do Sine, com as ações ocorrendo nas cinco regiões do País.

Estão envolvidos no “Dia D”, além do MTE, MPT, o Sine e secretarias de Trabalho, os Ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Turismo, das Cidades, da Educação e da Previdência, além do Instituto Nacional do Seguro Social e da Secretaria de Direitos Humanos.

Também participaram do evento, o secretário estadual de Trabalho e Renda, Arolde de Oliveira, o secretário municipal de Trabalho e Renda, Augusto Ribeiro, o superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro, Antônio Albuquerque, o gerente-executivo do INSS, Flávio Vieira, e o presidente do Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Geração de Renda (Ceterj), Lauderino da Costa. 

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Tags: Manoel Dias, pessoas com deficiência

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