Multa de TAC é revertida para formação de 28 pessoas como Bombeiro Civil

Acordo firmado entre o MPT-RJ e a empresa Atac Fire beneficiou trabalhadores em situação de vulnerabilidade selecionados pelo projeto Ação Integrada

Na última segunda-feira, 13 de setembro, 28 alunos se formaram no curso básico de Bombeiro Civil. Promovido pela Atac Fire, o curso foi custeado por meio de multa de Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e a empresa.

Foram disponibilizadas 30 bolsas de estudo integrais para o Curso de Formação de Bombeiro Civil (BC) – nível básico. Os alunos foram selecionados pelo Projeto Ação Integrada, desenvolvido pelo MPT-RJ em parceria com a Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro.

Daílson Batista, de 33 anos, contou que a oportunidade reacendeu um sonho de criança já esquecido: “sempre quis ser bombeiro, mas com o passar dos anos, devido às dificuldades, deixei esse desejo de lado. No dia da entrevista me veio à memória essa lembrança. Fiquei muito feliz por realizar esse sonho. ”

Para frequentar as aulas, todos os alunos receberam vale-transporte, alimentação, camisa do curso, uniformes e EPIs para as aulas práticas, uma máscara PFF2 ou N95 por aula e álcool em gel. Ao final, os alunos aprovados receberam o certificado de conclusão. Para Gabriele de Carvalho, de 26 anos, participar do curso lhe ensinou a trabalhar em equipe e inspirou suas filhas a seguirem a mesma profissão: “Minhas filhas se espelham muito em mim. A mais velha disse que quando terminar os estudos também quer fazer o curso de Bombeira Civil. ”

Um dos alunos, Jucelio dos Santos, de 42 anos, integrante de comunidade cigana, declarou que ser selecionado para a oportunidade foi um divisor de águas na sua vida: “já tinha feito um curso de Bombeiro Civil, mas acabei não concluindo, porque não tive condições de arcar com todas as despesas. Soube desse curso através do meu mestre de capoeira e, para minha alegria, pude participar por fazer parte de comunidade de povos originários. Aqui aprendi, além da técnica, a importância da função de Bombeiro Civil, que é ajudar as pessoas”.

Foram contempladas pessoas em situação de vulnerabilidade residentes nos municípios do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. Do total de vagas disponibilizadas, 50% foram destinadas às mulheres. Uma delas foi a estudante Maria Julia dos Santos Vieira, de 19 anos, moradora do Quilombo da Ilha da Marambaia. “Estou muito orgulhosa das meninas da minha comunidade que participaram do curso. Eu sei que dentro da nossa comunidade isso vai significar muito. Cresci muito como pessoa. Tivemos todo apoio e amei todos os detalhes”, disse Maria Julia.

Outro trabalhador selecionado para a qualificação foi o jovem Pablo Alessandro, sobrinho de uma trabalhadora doméstica resgatada em situação de trabalho análogo à escravidão em janeiro deste ano. Pablo já havia feito anteriormente um curso de Bombeiro Civil que não lhe deu o certificado. Com o curso oferecido pela Atac Fire espera conseguir uma colocação profissional no mercado de trabalho: “eu tenho carteira de habilitação D e já atuei como vigilante. Meu interesse é trabalhar com veículo de emergência e o conhecimento que adquiri no curso vai somar muito no meu currículo”.

O curso teve início em 30 de agosto e contou com 9 encontros teóricos, totalizando 72h horas, e uma aula prática de encerramento, com duração de 8 horas.

Estiveram presentes na aula de encerramento do curso a procuradora do MPT-RJ, titular da investigação e gerente do Projeto Ação Integrada, Guadalupe Couto; a procuradora do MPT-RJ e vice-gerente do Projeto Ação Integrada, Juliane Mombelli; a psicóloga, Yasmim França, e a assistente social, Thaiany Motta, ambas do Projeto Ação Integrada; o advogado da Atac Fire, Pedro Cylleno; o Diretor de Treinamento e Brigada de Incêndio, Wagner Oliveira; e o agente da Secretaria Regional de Segurança Institucional do MPT-RJ, Jackson Mendes da Rocha.

Para a procuradora do MPT-RJ, Guadalupe Couto, “a capacitação profissional de 28 pessoas em situação de vulnerabilidade descortina um leque de possibilidades de inserção desses trabalhadores no mercado de trabalho e, consequentemente, a conquista de direitos sociais que só são possíveis por meio do emprego digno. Em verdade, o alcance de beneficiados por esta capacitação não é só dos 28 trabalhadores que concluíram o Curso, mas das 28 famílias envolvidas neste processo. Ao promover capacitações como essa, o MPT também leva em consideração a possibilidade de transformar a realidade dos fatos tanto para as famílias beneficiadas, como também, para o próprio mercado de trabalho, que passará a contar com candidatos qualificados para pronta admissão. ”

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