Série documental expõe a escravidão contemporânea no Brasil

Produção contou com a participação de procuradores do MPT-RJ

A série documental "Escravidão - Século XXI", disponível na HBO GO, expõe em 5 capítulos a escravidão contemporânea no Brasil. Com depoimentos marcantes e a participação de vários especialistas, a produção percorreu o país de norte a sul, apresentando um retrato da sociedade brasileira que ainda permanece sob o estigma escravagista.

O documentário, gravado em 2018, contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e teve a participação dos procuradores do MPT no Rio de Janeiro, Marcelo José Fernandes, Juliane Mombelli e Guadalupe Couto. Todos os episódios apresentam comentários do jornalista Leonardo Sakamoto, Padre Ricardo Rezende e outros estudiosos.

"O convite para participar da série documental surgiu em razão da atuação em vários casos envolvendo trabalhadores chineses em condições análogas à de escravo em pastelarias no Rio de Janeiro. Tais investigações são extremamente difíceis em razão da barreira linguística, do envolvimento de coiotes e de uma rede de exploração dessa mão de obra no Brasil. Além disso, há poucos intérpretes de mandarim no mercado e as vítimas têm muito medo de revelar atos e pessoas envolvidas desde a saída da China, chegada no Brasil e condições em que esse trabalho é desenvolvido", explicou a procuradora Guadalupe.

Em cada episódio, a série apresenta um tema relacionado as condições características da exploração de trabalho análogo à escravidão: Cultura da Escravidão, Escravidão Rural, Dinâmica da Escravidão, Escravidão Globalizada e Sexo e Escravidão. O 5º episódio traz à tona o trabalho escravo de modelos e profissionais do sexo e conta com a participação do procurador do MPT-RJ, Marcelo José.

"No caso específico, eu participei de alguns resgates com a ajuda fundamental do Padre Ricardo Rezende, Professor da UFRJ e Coordenador do GPETEC, que, após o resgate dos modelos, me colocou em contato com a produção do documentário. No Rio de Janeiro, temos um trabalho consistente de combate ao trabalho escravo desde o início da década de 2000. Esse trabalho é reconhecido nacional e internacionalmente por diversos parceiros, da Academia à OIT, e nos dá acesso a vários parceiros", contou o procurador Marcelo.

Para a procuradora do MPT-RJ, Juliane Mombelli, a série “dá visibilidade às instituições que atuam no enfrentamento ao trabalho escravo, em especial do MPT, que vem desenvolvendo um trabalho sério e competente na área, participando de forma decisiva para promover a tutela dos direitos sociais dos trabalhadores encontrados em situação análoga à de escravos". A procuradora também destaca que desde o início da atuação dos Grupos Especiais de Fiscalização Móvel, dos quais o MPT participa, mais de 55 mil trabalhadores já foram libertados.

A série é produzida por Eduardo Zaca, Patricia Carvalho, Rafaella Giannini e Roberto Rios pela HBO Latin America Originals, e Lucy Barreto, Luiz Carlos Barreto e Paula Barreto, da Filmes do Equador. A direção geral é de Bruno Barreto e a direção dos episódios é de Bruno Barreto e Marcelo Santiago. O roteiro é de Klester Cavalcanti.

"Sugiro que assistam à série pelo seu ineditismo ao tratar das formas atuais de escravidão no Brasil em diversos segmentos, seja no âmbito rural ou urbano, sem o uso do ‘juridiquês’, mas imbuída do propósito de transmitir a realidade dessa chaga à sociedade e os efeitos deletérios produzidos na vida dos trabalhadores resgatados e de seus familiares", convida a procuradora Guadalupe.

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