Seminário Nego Bispo discute as principais demandas da população quilombola do Rio de Janeiro

MPT-RJ esteve presente no encontro que reuniu lideranças e autoridades

Com o objetivo de ouvir as demandas das comunidades quilombolas do Rio de Janeiro, a Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj) e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro promoveram na última sexta-feira (01/03) o Seminário Quilombola Nego Bispo.

O encontro contou com a presença da procuradora do MPT-RJ Elisiane Santos, também integrante do GT Povos Originários, Comunidades Tradicionais e Periféricas que atua na promoção do direito ao trabalho digno e territorial das comunidades quilombolas.

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

O evento reuniu líderes comunitários que puderam expressar as principais dificuldades e necessidades enfrentadas pelos territórios uma vez ocupados por negros escravizados e descendentes. Foram convidadas autoridades do Poder Judiciário, de Ministérios e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que trata da titularização das comunidades quilombolas.

De acordo com o Censo 2022, o Brasil tem cerca de 1,33 milhão de quilombolas, o que representa 0,66% da população brasileira. Desse universo, 87% (1,07 milhão) vivem fora de territórios oficialmente reconhecidos. Há presença de quilombolas em 1,7 mil municípios brasileiros.

O Seminário Quilombola Nego Bispo faz parte da campanha 21 Dias de Ativismo Contra o Racismo, criada por ativista do movimento negro com a missão de incentivar a luta antirracista em diferentes contextos.

A campanha foi idealizada para lembrar o Massacre de Shaperville, bairro de Johanesburgo, na África do Sul. Em um protesto realizado em 21 de março de 1960, jovens negros realizaram uma marcha contra a Lei do Passe, que os obrigava a usar uma caderneta na qual estava determinado aonde eles poderiam ir, assim como a obrigatoriedade do ensino do africaner, a língua do opressor. Foram 63 jovens mortos e 186 feridos.

Nego Bispo

Antonio Bispo dos Santos, o Nego Bispo, morreu em 3 de dezembro do ano passado, aos 63 anos. Nascido no Vale do Rio Berlengas, no Piauí, em um povoado onde hoje fica a cidade de Francinópolis, Nego Bispo era considerado um dos maiores intelectuais quilombolas do país, tendo publicado dois livros Quilombos, modos e significados (2007) e Colonização, Quilombos: modos e significados (2015), além de vários artigos e poemas.

Além da atividade intelectual, Bispo atuou na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Conaq.

Com informações Agência Brasil.

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